o que me mata, é nunca mais te ver
caminho até o alto do monte
observo a linda vista...
os vales, os pássaros e as flores
é bom que isto exista.
salto para o precipício
e como um pássaro suavemente,
bato os braços bem depressa,
mas sem asas fico descrente.
no frio da minha queda,
lembro o frio da tua partida.
saudades dos nossos orgasmos
e da comunhão da nossa vida.
a dor é quase insuportável,
cheguei ao chão como um soco,
ossos partidos fora do lugar
num som seco, num som oco.
tento erguer-me e chegar-me a ti,
movimento-me em tremenda em agonia
caminhando passo a passo
empurrado por minha alma e ideologia.
na hora do abraço tu te afastas,
caio e tu me observas a morrer,
mas não é a queda que me mata,
o que me mata, é nunca mais te ver.